
O pessoal da academia de cinema geralmente não entrega prêmios para filmes desse tipo, os que levam as estatuazinhas são filmes com maior dramaticidade, argumento com o qual concordava bastante até sair daquela sala de cinema. Voltei pensando que emoção depende do público que está assistindo ao filme e, assim, Star Trek deveria levar vários prêmios, pois ouvir "Eu fui e sempre serei seu amigo" mais uma vez foi como jogar uma bomba de nostalgia em qualquer fã. Justamente as duas cenas que mais me cativaram não foram cenas de ação, mas dois diálogos breves que têm uma carga emocional bastante grande, entre [spoiler] o Spock do futuro e o jovem Kirk e outra entre o Spock do futuro com ele mesmo. Podem parecer cenas até bobas que, para quem não acompanhou os outros filmes, passa batido. Mas J.J. Abrams soube pegar nos pontos certos de quem assistia a série.
No geral, o que mais me chamou a atenção foram os detalhes. A caracaterização dos personagens foi muito bem feita, é possível acreditar que aqueles personagens que estão na tela são os mesmos personagens que mais tarde estariam na série clássica (deu pra entender?). E como detalhes fazem a diferença, notem que todos os visuais - penteado, roupas - lembram de leve os anos 60, já é uma forma de fazer esse link com o seriado. Mérito também dos atores, que não só tiveram que estudar os personagens antigos, como construir uma versão mais jovem deles. O Spock do filme não é ainda o Spock de Leonard Nimoy, ele ainda estava se formando. Essa criação dos personagens foi muito bem feita. Mais um ponto.
Mas não é só de nostalgia que o filme é feito, o diretor consegue levar o filme inteiro sem apelar para esse lado. Sim, claro que realmente é emocionante ver novamente esses personagens na tela, mas o espectador não se sente vendo algo repetido, e sim uma história nova com os mesmos protagonistas.
Para quem ainda não entendeu, a história se passa, cronologicamente, antes da série dos anos 60, quando os tripulantes da U.S.S Enterprise são ainda cadetes e em suas primeiras missões. É a formação da equipe. Uma grande sacada dos escritores Roberto Orci e Alex Kurtzman e do diretor J.J. Abrams foi começar de novo, isso dá abertura para uma nova franquia de filmes sem comprometer o que já está escrito. Mas Star Trek não é um "begins" como foi Batman, onde todos os outros filmes foram esquecidos, na verdade eles apenas não aconteceram ainda, é uma nova realidade num novo tempo.
Para quem nunca assistiu nada e nem sabe o que significa "Audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve", é uma boa maneira de conhecer. E dessa vez com efeitos especiais de verdade. Vida longa e próspera!
Um comentário:
minha expectativa era alta e mais uma vez me decepcionei com esses "remakes" "papa níquel"... o raio não cai duas vezes no mesmo lugar: o tal do jj Abrams escreveu MAS parou por aí!
Na minha opinião: se não é a grande atuação do Sylar no papel de Spoke eu daria nota 0!!!
Obs. esse negócio de viagem no tempo já deu o que tinha que dar...
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