segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Chibata! João Cândido e a Revolta que abalou o Brasil


Dia 22 de novembro de 1910, estoura uma revolta liderada por João Cândido. Os marinheiros brasileiros já não aguentavam o grude que lhes era dado como comida, o soldo irrisorio e os castigos corporais usados como forma de punição pelas infrações cometidas. Já havia vinte dois anos que a escravidão terminara e no entanto o que se notava é que a Marinha brasileira havia reservado aos marujos, negros na sua maioria, um tratamento muito semelhante ao dos escravos.
Viajando e conhecendo tripulantes de esquadras de outros países, os marujos brasileiros começaram a perceber que este tipo de tratamento não era usual. Inspirados no caso do Encouraçado Potemkin, resolvem articular uma revolta reivindicando justiça e liberdade.

"Pelo fim da chibata
 Por condiçoes decentes
 Por uma marinha justa
 Por nossa liberdade"

Alguns fatos históricos são pouco estudados. Este assunto, por exemplo, dificilmente é encontrado nos livros didáticos. E quando aparece, geralmente como citação, não nos dá muitos detalhes sobre o evento. João Cândido, o Almirante Negro, é um destes herois esquecidos de nossa historia. Olinto Gadelha e Hemetérito constroem juntos um trabalho muito valoroso não só pelo aspecto gráfico e narrativo, mas também no que diz respeito a referencia didática.

Particularmente, gosto muito das partes em que o Hemeterito sobrepõe a cena narrada a cena do narrador. Dando um ar de cena de cinema a certos momentos da historia.
O quadrinho conta também com a participação de outras pessoas que foram essenciais para que estes acontecimentos não fossem esquecidos. A pesquisa do jornalista Edmar Morel  e as matérias feitas na década de 30 pelo Barão de Itararé no Jornal do Povo são incluídos no roteiro e também ganham destaque.

Chibata! João Cândido e a Revolta que abalou o Brasil é um quadrinho que merece, e deve, ser lido. Não é apenas uma obra com temática histórica. É a nossa história.
Conhecer a história é importante quando se pretende construir um futuro melhor para todos. Termino então, com a frase do personagem João Cândido. "É preciso nunca esquecer."


  

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