quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Peru - Parte 2

Há muito tempo, num continente muito muito distante... mais precisamente no continente asiático, tribos nômades da mongólia atravessaram o estreito de Bering e desceram pelo continente americano até chegarem no local que hoje é conhecido como Peru. Durante os séculos que passaram, as distinções entre as tribos e a miscigenação com povos que já habitavam a região deram origem a diversas culturas espalhadas pelo território peruano mas que mantinham algumas similaridades, entre elas a tecelagem e cerâmica.


Culturas Pré-Incas

Das mais famosas, Paracas, Chavín, Tiwanaku – que mais tarde dariam origem aos Uros e suas ilhas flutuantes – e os Huari, que deve ter sido a mais extensa.

As ilhas flutuantes que mencionei são ilhas artificiais criadas a partir da Totora, uma raiz que cresce no lago Titicaca. Os Uros, que habitam aquela região, para se pretegerem de predadores e ataques de tribs inimigas, à noite dormiam em barcos feitos de Totora. Com o tempo, os barcos foram se ligando uns aos outros até que eles perceberam que poderiam construir uma plataforma com essa raiz e assim as construções foram evoluindo e aumentado até hoje, onde uma ilha artifical pode abrigar 28 famílias.

As ilhas são construídas usando ma massa de raiz da Totora de 1,5m de altura como um tipo de bóia e a Totora seca sobreposta em cima da raiz para fazer um tipo de piso. Lá ainda se fala o Qechua, lingua indígena mais difundida no Peru, mas o Espanhol também é utilizado. Ir de uma ilha a outra em uma canoa de Totora é um passeio turístico que vale a pena e custa apenas 10 soles. Fica a recomendação aqui.


Os Incas

Por volta do ano 1200 d.C. uma das tribos, liderada por Manco Capac começou a expadir seu território a partir da região de Cusco. Com o anexo de diversas tribos à sua prória e a conquiesta de terras, o império Inca estava se estabelecendo e daria um salto gigantesco com Pachacuti, 9º dos 14 governantes que fizeram parte do império.

Os Incas eram um povo bastante religioso e divindades não faltavam. Cusco (ou Qosqo, em quechua) era o centro do império e como não podia deixar de ser, tinha vários templos em seus arredores. O “panteão” era dividido em três pontos: Reino dos Deuses, Reino dos Vivos e Reino dos Mortos. A trindade sempre estará presente na religiosidade Inca, como o Puma, o Condor e a Serpente ou o Sol, a Lua e a Serpente. Se alguém mencionar o templo das 3 ventanas em Machu Picchu, eu vou concordar que não é coincidência. Mas os deuses Incas não eram como os gregos ou nórdicos; eram o que os Incas consideravam sagrados: as montahas, os lagos e a terra, motivo pelo qual todas as montanhas no Peru têm um nome (sim, pessoal, Machu Picchu é o nome da MONTANHA aonde a cidade foi construída, assim como a montanha atrás dela chama-se Huayna Picchu). Surpresos? Eu também fiquei.

Falando em Machu Picchu, Quem for visitar o Peru vai notar que os guias sempre reforçam que os Incas aprendiam as técnicas de construção dos povos conquistados e aperfeiçoavam as deles e por isso é possível notar diversos estilos arquitetônicos lado a lado nas construções. Não pude deixar de lembrar desta matéria do Del Debbio no Teoria da Conspiração sobre as pirâmides e apesar de ele estar se referindo às pirâmides do Egito, a comparação é válida aqui também.

Dêem uma olhada na foto aí do lado. Uma perfeita construção que mescla um estilo rústico de construção, com pedras empilhadas e um outro estilo muito mais refinado, com cortes e encaixes mais precisos. Segundo os guias, eles empilhavam as pedras e quando aprenderam a talhar e polir, refinaram o método, certo? Então por que as pedras refinadas estão POR BAIXO das empilhadas? Há teorias que apontam que algumas construções (as mais refinadas) já estavam construídas no local por uma outra civilização mais antiga e os Incas ao se depararem com essas construções, fizeram uma “reforma” do seu jeito e completaram os pedaços faltando.

É possível notar também que todas as construções de paredes lisas e milimetricamente cortadas eram templos, as outras construções era mais rústicas, outra indicação de que as cidades Incas foram construídas ao redor de ruínas já presentes quando os Incas chegaram.


O Vale Sagrado

A região tem esse nome não por motivos religiosos, mas porque a área ao redor de Cusco é uma das regiões mais férteis do Peru. E como os Incas eram um povo que viviam da agricultura, aquele solo se tornou sagrado para eles por ser um grande fornecedor de alimento. A região montanhosa permite o plantio desde a base até quase o topo e a diferença de temperatura e ambiente causada pela altura faz com que em cada parte da montanha, seja colhido um tipo diferente de milho, mesmo sendo plantada a mesma semente. Já foram catalogados mais de 32 tipos de milho naquela região (dica: não deixem de tomar a “chicha morada” um suco de milho roxo, muito bom!)

As ruínas que visitei no Vale Sagrado foram Sacsayhuamán, Puka Pukara, Q’enqo – templo do Puma e onde realizavam-se sacrifícios e funerais, Tambomachay – templo da água, onde ninguém sabe de onde vem a água que vem do aqueduto construído, Ollantaytambo – forte do general Ollatay e Pisac.

Machu Picchu é quase impossível de ser descrita na mesma sensação que se tem ao visitar. Foi algo como "Indiana Jones encontrando a Arca Perdida". Na falta de palavra melhor, é f***. A cidade inteira foi projetada e planejada. É possível ver as divisões de onde era a área rural, os muros da cidade que separam os camponeses da elite (como um feudo mesmo), os templos e habitações. Imagino qual foi a reação de Hiram Binghan, historiador inglês que decobriu a cidade tomada pela vegetação em 1911. Para terminar, os Incas foram dizimados pelos espanhóis liderados por Francisco Pizarro em 1532, torando o Peru uma das colônias espanholas (sim, euq ueria falar bem mais, mas o espaço quase não tá dando e deve ter gente dormindo já com a aula de história).

Para quem pretende ir, para chegar a Macu Picchu, pode-se ir de trem (precisa comprar a passagem em Cusco e tomar o trem em Poroy, uma cidadezinha nos arredores. A viage demora 3 horas e tem uma parada em Ollantaytambo (45 km de Cusco, metade do caminho) até Águas Calientes, uma cidade situada na base de Machu Picchu, aonde você pode pegar um ônibus que sobe a montanha até a entrada da cidade.

Para entrar em Machu Picchu é preciso comprar um ingresso vendido em Cusco ou em Águas Calientes pela secretaria de turismo. Quem tiver [muito] fôlego pode optar também pela trilha Inca, caminho que os Incas faziam para chegar à cidade. A trilha percorre 40 quilômetros em mata fechada, saindo de Ollantaytambo e chegando diretamente a Machu Picchu e tem duração de 4 dias e 3 noites de viagem à pé.

Próxima postagem, para finalizar: Linhas de Nazca e cemitério de Chauchilla.

Links interessantes:
http://www.discoverybrasil.com/guia_inca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Machu_Picchu
http://www.machupicchu.com.br
http://www.historiadomundo.com.br/inca/religiao-inca
http://www.peru.com/preincas
http://www.isinet.com.br/culturaperuana/index.asp